SALA 03
HELENY GUARIBA
VIVER E LUTAR PELA LIBERDADE
PÍLULA EDUCATIVA
Reproduzir vídeo sobre sala01-cena1-v1
Viver e Lutar pela Liberdade (2021)
Reproduzir vídeo sobre sala03-video1-paralax
Cena Tortura
Reproduzir vídeo sobre sala01-cena1-v1
Viver e lutar pela liberdade
por Rubens Alexandre
A palavra liberdade se tornou em nossos tempos uma ideia vaga e de fácil apropriação por aqueles que com seus atos visam exatamente miná-la. Impor violentamente suas agendas conservadoras e reacionárias se valendo de distorções argumentativas e utilizando o caos como escada.
Seja em 64, seja nos tempos atuais, as elites conservadoras na intenção de frear avanços que colocariam em cheque a perpetuação de seus privilégios, entregam o país na mão de repressores.
Qual o tamanho do atraso e do prejuízo causado por tal atitude? Sofremos de estagnação nacional e até mesmo retrocesso em alguns casos como na educação, na cultura e no meio ambiente.
As figuras evocadas nessa sala nos lembram a todo instante da necessidade de não esmorecer frente às atrocidades.
Heleny Guariba, atriz, diretora e ferrenha opositora ao regime ditatorial foi covardemente torturada e assassinada em razão de sua luta. Cantamos aqui em homenagem a ela. Trazemos falas de Dulce Muniz e Adriano Diogo nos lembrando a importância do exemplo e do legado deixado por Heleny.
Para nos ajudar a compreender o passado e como transformar o futuro ouvimos as vozes de Amelinha Teles, Adriano Diogo, Tin Urbinatti, César Vieira, Celso Frateschi e o saudoso João das Neves, que nos deram a alegria de em algum momento cruzar o caminho do Teatro do Osso.
Seja em 64, seja nos tempos atuais, as elites conservadoras na intenção de frear avanços que colocariam em cheque a perpetuação de seus privilégios, entregam o país na mão de repressores.
Qual o tamanho do atraso e do prejuízo causado por tal atitude? Sofremos de estagnação nacional e até mesmo retrocesso em alguns casos como na educação, na cultura e no meio ambiente.
As figuras evocadas nessa sala nos lembram a todo instante da necessidade de não esmorecer frente às atrocidades.
Heleny Guariba, atriz, diretora e ferrenha opositora ao regime ditatorial foi covardemente torturada e assassinada em razão de sua luta. Cantamos aqui em homenagem a ela. Trazemos falas de Dulce Muniz e Adriano Diogo nos lembrando a importância do exemplo e do legado deixado por Heleny.
Para nos ajudar a compreender o passado e como transformar o futuro ouvimos as vozes de Amelinha Teles, Adriano Diogo, Tin Urbinatti, César Vieira, Celso Frateschi e o saudoso João das Neves, que nos deram a alegria de em algum momento cruzar o caminho do Teatro do Osso.
Evocamos a figura de Abdias Nascimento e sua incansável batalha pela igualdade de oportunidades entre brancos e negros. Após seu trabalho com o Teatro Experimental do Negro, se recolhe no exílio após o Ato Institucional nº5 e volta ao Brasil nos anos 80, a partir daí agindo também na política. Caminho seguido por Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018 em razão de sua combatividade. 14 de março aliás, data de nascimento de Abdias e também de Carlina Maria de Jesus, escritora que deu voz à realidade da favela e rompeu preconceitos.
Fazendo a ponte com a dramaturgia do “Grito Parado no Ar” de Guarnieri, temos a leitura de uma cena do espetáculo na qual o elenco improvisa uma cena de tortura contra um rapaz nordestino.
Falamos também das dificuldades e contradições contidas no ato de ter um grupo de teatro nos dias de hoje e sobreviver em meio a lógica do capital, que nos faz mergulhar na competitividade desmedida em busca das escassas verbas que nos são relegadas.Verbas essas conquistadas as custas de muita luta da classe artística e que hoje se veem em constante risco de extinção.
Um novo mundo fora da lógica predatória é possível. A vida e o exemplo das pessoas aqui citadas é a prova disso. Cabe a nós ouvi-los e entender qual é o nosso grito hoje.
Fazendo a ponte com a dramaturgia do “Grito Parado no Ar” de Guarnieri, temos a leitura de uma cena do espetáculo na qual o elenco improvisa uma cena de tortura contra um rapaz nordestino.
Falamos também das dificuldades e contradições contidas no ato de ter um grupo de teatro nos dias de hoje e sobreviver em meio a lógica do capital, que nos faz mergulhar na competitividade desmedida em busca das escassas verbas que nos são relegadas.Verbas essas conquistadas as custas de muita luta da classe artística e que hoje se veem em constante risco de extinção.
Um novo mundo fora da lógica predatória é possível. A vida e o exemplo das pessoas aqui citadas é a prova disso. Cabe a nós ouvi-los e entender qual é o nosso grito hoje.
O sangue e a esperança
“Meu pai tinha muita dificuldade de dar comida para a filharada toda. A gente não tinha dinheiro para comer, comia banana… A gente ia se virando. Não teve isso de “vai ser doutor”, era “vai trabalhar para ganhar um dinheirinho”. E custei para ganhar esse dinheiro. Por isso, fiz um pouco de tudo. Fui pedreiro, eletricista, marceneiro, mecânico, balconista. Houve uma época em que ficava na porta daquelas lojas próximas à Estação da Luz (em São Paulo), chamando a freguesia. Também fui engraxate.
Um dia, andando perto da igreja de Tucuruvi (bairro de São Paulo), ouvi umas vozes. Era um grupo do teatrinho da igreja. Entrei, sentei e comecei a assistir à apresentação. Gostei tanto do que vi que fui falar com o ator principal, disse que era capaz de fazer aquilo. Foi engraçado, porque ele disse: “Faz pelo amor de Deus que não aguento mais!” A partir desse dia, fiquei no lugar dele.
Sempre tenho a vontade de fazer as crianças felizes, pois são os seres humanos mais próximos da pureza, longe de serem corrompidos pela sociedade.
Não gosto desse endeusamento do artista. A profissão de ator é a mesma coisa de um pedreiro, de um marceneiro.
Acho que, se não brincamos nessa vida, tudo se torna insuportável.”
Um dia, andando perto da igreja de Tucuruvi (bairro de São Paulo), ouvi umas vozes. Era um grupo do teatrinho da igreja. Entrei, sentei e comecei a assistir à apresentação. Gostei tanto do que vi que fui falar com o ator principal, disse que era capaz de fazer aquilo. Foi engraçado, porque ele disse: “Faz pelo amor de Deus que não aguento mais!” A partir desse dia, fiquei no lugar dele.
Sempre tenho a vontade de fazer as crianças felizes, pois são os seres humanos mais próximos da pureza, longe de serem corrompidos pela sociedade.
Não gosto desse endeusamento do artista. A profissão de ator é a mesma coisa de um pedreiro, de um marceneiro.
Acho que, se não brincamos nessa vida, tudo se torna insuportável.”
Abdias Nascimento
Rubens Alexandre e Abdias Nascimento
Entrevista Amelinha Teles
Reproduzir vídeo sobre sala01-cena1-v1
Dossiê - Rubens Alexandre (2021)
Reproduzir vídeo sobre sala03-video2-paralax